segunda-feira, 29 de junho de 2009

Jogo dos Erros [e Acertos Também]

Uma coisa que eu não achei que seria tão difícil: fotografar anônimos nas ruas da cidade para colocar aqui no blog e comentar. Fotografar exemplos de homens bem vestidos se revelou bem mais do que um esporte radical, verdadeira modalidade olímpica que é. Assim sendo, vou postar sempre que possível, instantâneos registrados sem o conhecimento do cidadão em questão.
Nesse post temos um senhor que estava esperando seu ônibus tranquilamente no Jardim Botânico numa manhã qualquer da semana que passou. E aí? O que tem de certo e errado?


De certo temos a camisa, sem críticas. É um padrão clássico do guarda-roupa masculino, ainda por cima no azul. E a calça? Há controvérsias...
Ele acertou no tecido e na cor, numa combinação mais que perfeita com a camisa. No entanto, veja como sobra tecido... Parece que essa calça é um ou dois números maior que o tamanho dele e a modelagem tb não ajuda seu tipo físico. Essa calça é muito larga para ele. Aliás, para qualquer um...
Veja também a altura da bainha [ou barra, em algumas regiões do país]... Diz a regra que para marcar a bainha você deve estar descalço e ela tem que tocar o chão, no calcanhar, e aqui parece que foi feita para ficar uns 2 ou 3 centímetros acima do desejável.


Última observação: os sapatos estavam adequados...
No próximo post, espero ter algum bom exemplo para exibir ou algum assunto pungente para debater... Até lá.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

sãopaulofashionweek III: o desafio final (sem fotos)

Devo confessar que fiquei um pouco desapontado com Alexandre Herchcovitch. Ok, ele é unanimidade, um dos criadores mais talentosos que já nasceu nesse Brasilsão, mas... ficou faltando o fator arrebatamento. A coleção veio toda linda, na alfaiataria - que é um dos fundamentos de Herchcovitch - mas não apresentou nada que ele não tenha feito antes e melhor. Branco, preto e cinzas compõem a cartela de cores, pontuada por rosa, verde e amarelo fluorescentes.
Parece que o imbróglio envonveldo a venda (que não se concretizou) da sua marca para o grupo Identidade Moda afetou a capacidade criativa do estilista.
Veja as fotos do desfile aqui
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A Reserva fez um desfile bacana, que começou meio sem graça e foi empolgando da metade para o fim, com a entrada das cores, até o encerramento.
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E é isso então, voltamos na próxima segunda com mais um post falando sobre algum assunto que eu não sei qual vai ser ainda, mas prometo que será algo interessante, com humor refinado e sacadas inteligentes...
Não perda!!! (sic)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

sãopaulofashionweek II: a vingança (sem fotos)

Bem amigos da Rede Globo, estamos chegando ao final de mais uma temporada de desfiles e, aos 35 do segundo tempo, já podemos adiantar que, de forma geral, foi uma boa temporada, com poucos delírios carnavalescos e mais produtos nas passarelas. De forma geral, o balanço é positivo. Opções não faltam. Tem para os mais sérios e os mais moleques, para os mais novos e os nem tão novos, tudo uma questão de identificação mesmo...
Vamos à súmula...
Se a Ellus cagou no pau ao fazer um desfile tão comercial, mas tão comercial que chegou a ser sem graça, o mesmo não pode ser dito da sua marca filhote, a 2nd Floor, que fez um bonito desfile inspirado na estória do Soldadinho de Chumbo, com militarismo e navy em tons pastéis. Aliás, tons pastéis também apareceram na Triton, junto com estampas florais e muito romantismo, tudo para evocar a memória afetiva e a naftalina, do tempo da sua avó. Será uma tendência?
Tivemos também Oestúdio com roupas possíveis, interessante performance tecnológica e modelos vestindo looks monocromáticos. A Cavalera homenageou a cidade de São Paulo, no que foi – se não o melhor – o mais bonito desfile da temporada, a céu aberto, no Minhocão. Ronaldo Fraga fez o que sabe fazer de melhor e de quebra mandou bem na estampa com os personagens Disney. A memória afetiva agradece.
Mário Queiroz fez até agora o desfile mais comercial do SPFW, sendo inclusive criticado por isso. No entanto, suas peças são desejáveis e tem tudo para vender bem. Chega até a ser difícil escolher as imagens para postar. Aliás, quem é o criador que quer ver sua coleção encalhada? Só conheço um e não vale à pena dar ibope pra ele. Sorry.
Hoje ainda tem Reserva e Alexandre Herchcovitch, o que deve render um post aleatório mais tarde...
Estou com dificuldades para upar as fotos. Vou tentar fazer isso quando chegar ao trabalho, hj à noite. Para os mais curiosos fica o link. Tem tudo lá. http://erikapalomino.ig.com.br/desfile/.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

sãopaulofashionweek: day one

Interrompemos a nossa programação para falar sobre o maior evento de moda da América Latina e quinto maior do mundo, atrás apenas de Londres, Paris, Milão e Nova York.
A São Paulo Fashion Week chega à sua 27ª edição homenageando o ano da França no Brasil, com intervenções e performances de artistas nos três andares do pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Agora chega de mimimi, vamos ao que interessa.
O evento abriu com o desfile da Osklen, ícone do lifestyle zona sul bem nascido do balneário carioca. Nas mãos da equipe de estilo de Oskar Metsavah, um tema clichê como o Samba recebe novas interpretações e sai do óbvio, exceto pela estampa de Sapucaí. Como pretendo ser realista e falar com um homem comum, que gosta das modas sem saber explicar porque, não cabe analisar a fundo os anseios das grifes em seus conceitos. O assunto aqui é a moda para o homem real, do dia a dia, e não os exageros criativos que só funcionam nas passarelas e fazem sucesso com as pessoas envolvidas com a moda. Abaixo estão três dos looks desfilados, pela ordem, do mais comercial (se é que isso é possível) ao mais conceitual. O importante é descobrir como a coleção vai se desdobrar nas araras das lojas.





Igor de Barros usou o trabalho da artista e botânica inglesa Margaret Mee como desculpa para justificar esta coleção da V.Rom. Se você encontrar alguma referência me avisa... (e está lá o onipresente branco)

O primeiro dia terminou com a presença de Gisele Bündchen e os peguetes de Fernanda Lima e Madonna no desfile mais do que comercial da Colcci. Achei as golas exageradamente abertas, mas no verãozão carioca não tem coisa melhor.

Amanhã tem Ellus e Triton, no sábado rolam 2nd Floor e Oestúdio. O domingo começa com o desfile da Cavalera, mas tem também Ronaldo Fraga e Mário Queiroz. Segunda-feira, último dia da SPFW, tem o sempre aguardado Alexandre Herchcovitch e a carioca Reserva, que largou o Fashion Rio no último inverno. As fotos são de Sílvia Boriello e foram retiradas do http://www.erikapalomino.com.br/.

Próximo post na segunda-feira ou em edição extraordinária, se valer à pena. Até.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Camisa de Força

Engraçado. Às vezes sinto que me falta assunto para escrever e daí acontece um fim de semana como o que passou e mil pautas aparecem ao mesmo tempo. Queria falar sobre várias coisas mas prefiro economizar idéias para emergências criativas. Queria dizer que o nome do blog é uma piada irônica que nem todos entendem. E também que o homem não precisa de ajuda para se comportar como um australopitecus. Esse é o seu natural, essa é a sua memória genética. Queria dizer que existem mulheres que gostam de homens de camiseta branca, bermuda e tênis velho, mas se eles aparecerem assim em um evento familiar, elas vão dizer que é porque não têm uma pingo de consideração com seus anfitriões. Dois pesos e duas medidas? É possível entender totalmente as mulheres? Efeito da TPM? O que fazer para agradar? Vale à pena perder tempo pensando nisso? Se eu comprar uma pizza, dá prá 20 comer?
Isso posto, vamos ao primeiro assunto levantado nesse domingo e já falado aqui: o uso indiscriminado das camisas de time.
Ontem o jornal O Globo publicou na sua Revista um editorial de moda, tentando provar que é legal usar camisa de time e demonstrando como isso seria possível. Tenho que confessar... antes eu achava que o lugar dessas camisas eram dentro do estádio e agora continuo achando a mesma coisa.
Seguem os scans e alguns comments...

Não é a cara do Marcos Mion de dois anos atrás isso de camiseta por cima da camisa?

Nada que você não consiga fazer sozinho em casa. Aliás, é editorial de moda de rua? Pegaram o cara na rua e fotografaram do jeito que ele estava? Parece...

Isso não é legal nem com uma camiseta comum, quiçá, uma de time...

Mais uma tentativa fracassada de tentar empurrar o saruel como algo legal...
tsk, tsk, tsk...

Sobre o título do post... é mesmo título do editorial de onde peguei essas imagens. Tinha mais duas, mas resolvi cortar, porque eram mais fechadas no rosto do cidadão. Das fotos acima, a que menos parece camisa de time é a do Botafogo e a do Flamengo tem aquele ar de camisa das antigas, o que é bem legal, mas não vamos misturar as coisas... Até a próxima.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Próxima parada: São Paulo Fashion Week

Bem, em primeiro lugar peço desculpas pelo atraso do post e vamos pra frente.
Hoje é sexta-feira, dia dos namorados, e escrevo o post de ontem que não foi publicado por razões alheias à minha vontade, ou seja, dormi o dia inteiro.
Bom, vamu lá. A pauta de hoje é um balanço do Fashion Rio e como tivemos poucos desfiles masculinos, também não há muito para comentar, mas o pouco que tivemos compensou a ausência da Complexo B e Reserva. Totem e Redley, legítimas representantes do carioca way of life, fizeram bonito com desfiles cheios de peças desejáveis. A novata Auslander mandou bem e confirmou a tendência do branco omo total radiante detonada na Casa de Criadores.
A estamparia icônica e inconfundível da Totem a partir dessa temporada fica sob a responsabilidade da dupla criativa da também mega estampada marca paulistana Amapô, Carô Gold e Pity Taliani.
No que depender dessas três marcas, teremos um verão com bastante branco e as cores serão cores. Ou seja: cores vivas, especialmente azuis e vermelhos, mas também tivemos verde na Redley.
Nas fotos os melhores exemplos do que pode dar certo nas ruas.

Primeiro, Auslander.


Redley, pela ordem alfabética.



E a Totem.

As fotos são de Sílvia Boriello e peguei no www.erikapalomino.com.br.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Monsieur Saint Laurent


Esse post foge um pouco da proposta do blog, portanto peço desculpas a você leitor, mas não podia deixar passar em branco. Graças ao Ano da França no Brasil, os cariocas têm a oportunidade de ver de perto no Centro Cultural Banco do Brasil uma amostra da obra de Yves Saint Laurent na exposição chamada Viagens Extraordinárias. Parece que essa exposição não vai viajar o Brasil. Sorry.
Mas por que falar sobre YSL? Em primeiro lugar, porque seu nome já faz parte da História. Em segundo, porque a forma como a mostra foi dividida surpreende. Apesar de as peças estarem agrupadas por país ou região, poucas são as que vieram de uma mesma coleção. Apesar de pertencerem a coleções diferentes, cada traje poderia muito bem ser desfilado hoje como a mais recente criação do mestre e juntas ainda gerarem unidade e coerência. Ou seja: seu trabalho é atemporal e portanto, clássico.
Quer levar a patroa para fazer um programa cultural? Então fica a sugestão.
Yves Saint Laurent, Viagens Extraordinárias está no CCBB/RJ até 19 de julho, de terça a domingo, das 10h às 21h. O perigo é ela dizer que quer um no Natal, mas não é nada que você não consiga financiar em 120 vezes...

sábado, 6 de junho de 2009

EXTRA!!! Alisson Rodrigues no Rio Moda Hype


Começou ontem no Cais do Porto mais uma edição do Fashion Rio e quem deu o pontapé inicial do evento foi o Prêmio Rio Moda Hype, com 12 jovens estilistas, alguns deles estreantes. Como o assunto moda é um território predominantemente feminino, nós, homens, ficamos limitados a ocupar uma cota de desfiles politicamente correta e suficiente para que as ONGs de defesa dos direitos humanos fiquem ali quietinhas... Das doze coleções apresentadas, apenas três eram masculinas: Butch, Alisson Rodrigues e R. Groove.
Rique Gonçalves fez o dele e Juliano Corbetta surpreendeu com uma bonita e conceitual coleção, após a estréia bastante sem graça da Butch na edição verão/2008 do RMH.

Por último, temos o paranaense Alisson Rodrigues.
Alisson Rodrigues, depois do desfile
O que descobri sobre ele no Google (pois burramente deixei de fazer as perguntas certas quando tive a oportunidade depois do desfile) é que ele é assistente de estilo da marca feminina Mulher Elástica, além de tocar a All, sua própria marca e produzir o Floripa Fashion em Santa Catarina.
(Caro leitor, você já enriqueceu seu vocabulário, portanto vai entender o que vou escrever agora. Em caso de dúvidas, releia o post anterior.)
Com uma coleção claramente inspirada em trabalhadores urbanos, como operários, pintores, pedreiros e garis, os acessórios e complementos do stylist José Camarano sobraram ao ilustrar literalmente o tema. As roupas eram possíveis e desejáveis, conceituais pero comerciais, de proporções equilibradas e próximas do corpo e sem delírios criativos, como pedem os novos tempos de crises econômicas. Ninguém, exceto Felipe Eiras, desenha uma coleção para não vender. (Sim, precisamos pagar contas and money makes the world go round, etc...)


Bem, voltando... A pegada de Alisson Rodrigues é jovem, street e elementos de alfaiataria aparecem para fazer graça, como no inteligente look de colete/suspensório. Coletes aliás, pontuam essa coleção e outros momentos dos desfiles dos novos criadores. Tendência? Parece. Vai se confirmar? Difícil, mas possível e elegante, quando bem usado. Sobre as estampas, listras e xadrez lembram vergalhões e estruturas metálicas, bem como pede a Convergência Urbana, tema central dessa edição do RMH.


A cartela é de neutros com branco, cinza e marinho, iluminados por laranja, rosa e vinho. Aliás, o branco tendência da Casa de Criadores encontra apoio em vários momentos desse primeiro dia e nos looks de Alisson e Jotadê (no feminino), seus melhores representantes.


Impossível também é não destacar o macacão jeans em Alex Schultz, possivelmente o melhor look desse desfile, com suas manchas de tinta branca cirurgicamente aleatórias.

Essa é apenas a segunda participação de Alisson Rodrigues na semana de moda do Rio, mas na humilde e insignificante opinião desse neoblogueiro, jornalista de araque e palpiteiro mediúnico, prevejo muito trabalho e sucesso para esse garoto num futuro não muito distante. É possível que você não tenha gostado e achado que estou viajando. É possível também que ele não seja o vencedor do Prêmio Rio Moda Hype nessa edição do evento, mas também é possível que eu esteja bastante enganado.